segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A dúvida de mãos dadas à fé

A dúvida de mãos dadas à fé
Ricardo Gondim

- Texto de um debate acadêmico na Bienal do Livro 2008

Introdução.

Como sei o que sei? Nesta pergunta básica reside todo o problema da epistemologia. Um nó apertado. Este trabalho não pretende lidar com os fundamentos filosóficos do conhecimento, mas com a crise que o protestante brasileiro, e particularmente com a crise do evangélico, que esperneia quando se defronta com a dúvida.

Sinto-me desafiado a aliviar este nó epistemológico, porque o assunto me toca de perto. Como pastor evangélico, como pesquisador das Ciências da Religião e como cristão praticante, preciso entender o porquê do receio diante da possibilidade da dúvida.

É próprio de o sujeito religioso assegurar a sua convicção inabalável, a sua certeza absoluta e o seu acesso perfeito à verdade divina. Ele se considera tão convicto de que atingiu a realidade única, objetiva, real e concreta, que sai para fazer prosélitos. Admitir a remota possibilidade de não estar alinhado à verdade absoluta, constitui-se em uma fraqueza inadmissível para os demais praticantes de sua tradição religiosa.

O problema se torna agudo entre os evangélicos e protestantes que optaram pelo que Rubem Alves denominou de “Protestantismo da Reta Doutrina”. E precisamente os da reta doutrina levedam a precária produção literária e teológica dos evangélicos nacionais. Segundo Rubem Alves, os “Protestantes da Reta Doutrina privilegiam a concordância com uma série de formulações doutrinárias, tidas como expressões da verdade, e que devem ser afirmadas sem nenhuma sombra de dúvida, como condição para participação na comunidade eclesial”[1].

Esse grupo se firmou nos Estados Unidos no apogeu da modernidade, quando se questionava a legitimidade “científica” dos relatos bíblicos. Alguns teólogos calvinistas se apressaram em demonstrar que o cristianismo não era apenas racional, mas a única revelação de Deus aos homens. O teólogo Charles Hodge catalogou cinco ou seis fundamentos da fé cristã, para ele inegociáveis. E de seus primeiros tratados, nasceu um movimento que passou a ser conhecido como “fundamentalismo”.

Hodge afirmava:

“A tarefa do teólogo consiste não em buscar significado além das palavras, mas em organizar os claros ensinamentos das Escrituras num sistema de verdades gerais”[2].

Hodges propunha que “Deus inspirou cada uma das palavras da Bíblia; portanto, é preciso levá-las a sério e não distorcê-las com exegeses alegóricas ou simbólicas”[3].

Portanto, o termo fundamentalismo, hoje carregado de significados negativos, a princípio não passava de um esforço sincero de tornar os textos sagrados em “verdades factuais”. Os teólogos fundamentalistas cometiam, entretanto, o mesmo erro dos cientistas da natureza, os racionalistas que se ocupavam com a razão – com análise de dados, com fatos, fenômenos, operações, processos, energias, estruturas, evoluções”[4].

Hans Küng afirmou que caso os teólogos e filósofos queiram dialogar com a ciência natural, será necessário modéstia e autocrítica. Pois “muitos cientistas já chegaram a reconhecer que não podem oferecer verdades definitivas”[5].

Küng não mede palavras quando aborda a atitude do teólogo quanto à verdade: “Pois também eles, que profissionalmente estão empenhados na verdade da fé, não possuem de antemão esta verdade, nem dela dispõem de forma definitiva”[6].

A crise evangélica nacional e esperneia dentro da lógica fundamentalista. Segundo Prócoro Velasques Filho, em Introdução ao Protestantismo no Brasil (Edições Loyola, p. 126) o corte do protestantismo, os evangélicos brasileiros têm raízes no fundamentalismo norte americano, que se caracterizou precisamente por dois eixos principais: o milenarismo e a teologia da inerrância ou inspiração plenária da Bíblia. Para os teólogos originais do fundamentalismo, a “revelação de Deus só seria perfeita se fosse ‘isenta de erros, contradições, paradoxos e inconsistências’”.

Com esta característica de privilegiar a adesão dogmática à uma “verdade absoluta”, antecipo dois caminhos para os “Protestantes da Reta Doutrina”:

a) Acomodam-se em repetir os antigos dogmas, sem coragem para se repensarem, sem ousadia para fazer perguntas que os deixarão sem respostas, sem determinação de levar às últimas conseqüências suas deduções.

A repetição produz conforto. Os crentes estão sempre em busca de conforto quando vão às igrejas aos domingos. A repetição conforta porque ela confirma a imutabilidade da verdade. E na medida em que a verdade afirmada no momento é a verdade que alguém já está acostumado a ouvir, cria-se a certeza de ser-se senhor da verdade[7].

Acontece que a repetição também conduz ao enfado. A optar pela repetição de verdades bem assentadas e previamente cridas, o evangélico cria um ambiente de mesmice. E para sair da mesmice, precisa inventar ambientes emocionalmente carregados, para isso apela para os cânticos que eletrizem em nome de louvores, as emoções que o discurso não gera.

Antônio Gouvêa Mendonça, pesquisou os primórdios da evangelização brasileira e concluiu:

“Sabemos que os sermões eram conservasionistas e polêmicos; o pregador procurava apelar para a distinção entre a “verdade” e o “erro”, entre a nova mensagem e a religião dominante. O tom do sermão era dogmático e racionalista ao mesmo tempo; dogmático ao fundamentar-se nos dogmas comuns do cristianismo que deviam ser recuperados diante de uma melhor e mais verdadeira fundamentação escriturística, e racionalista ao procurar tecer o sermão numa lógica irrecusável. O objetivo era convencer o ouvinte e uma verdade contra outra. Mas o dogmatismo-epistemológico-polêmico nem sempre era suficiente para mover o ouvinte a uma mudança de atitudes; daí a necessidade de aliar ao sermão, já na maior parte das vezes dramático, cânticos apropriados para auxiliar a elevação do “tônus” emocional da reunião, formando ambiente favorável às decisões individuais (conversões)[8]

b) Recrudescem na intolerância, fecham-se em guetos, endurecem o controle criam “historiadores oficiais”, “teólogos chancelados”, “voltam os tribunais inquisitoriais” para caçar os que se atrevem caminhar até as fronteiras (Boaventura), os que saem dos paradigmas (Kuhn), os que desafiam os marcos categoriais (Juan Luis Segundo).

Atrevo-me a sugerir que o movimento evangélico brasileiro reconheça sua incapacidade de abarcar “a verdade”, que abandone o pressuposto de que vai codificar a correta doutrina de Deus, admita que o conhecimento absoluto de Deus está para além da capacidade humana. Na verdade, ninguém tem o acurado conhecimento de Deus; caso fosse possível, como alguém já afirmou, “eu seria ele”.

O teólogo espanhol, Andrés Torres Queiruga propõe que a teologia abra um diálogo até com os ateus:

O ateísmo, em sua própria negatividade, pode ser uma grande oportunidade para a fé; pode até ser uma medida da Providência para que os cristãos, assumindo a crítica atéia, compreendam que Deus é sempre muito maior. – “Deus sempre maior” – do que as idéias que nós fazemos dele. A crítica dos ateus pode ajudar-nos a romper os esquemas em que tantas vezes encadeamos e deformamos a idéia de Deus[9].

Para sair do impasse de que a fé precisa de verdades absolutas e a possibilidade de dúvida. Proponho que a cosmovisão protestante evangélica re-signifique a fé. Sugiro, portanto que:

  1. A verdade seja tratada como “boa-fé”.

No excelente “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”, André Comte-Sponville coloca a “boa-fé” como um dos grandes valores da humanidade. O filósofo francês, depois de lutar entre os termos veracidade, veridicidade e autenticidade, optou finalmente por “boa-fé”. Para ele, boa-fé é um fato, portanto, aomesmo tempo uma realidade psicológica e uma virtude, ou um traço moral. Como fato, boa-fé, é “a conformidade dos atos e das palavras com a vida interior, ou desta, consigo mesma”. Como virtude, é o amor ou respeito à verdade. Ter boa-fé é dizer o que acredita, mesmo que esteja enganado, como acreditar no que diz. É crença fiel, e fidelidade no que se crê.

A verdade deixaria, então de ser a concordância a um postulado ou a uma asseveração previamente estudada e concordada, para ser uma integridade. A boa-fé se opõe, portanto, ao dogmatismo. E quem opta pela verdade em nome do dogmatismo e não como uma “boa-fé”, vira intolerante.

“Tomam sua fé por um saber. Por ela, estão dispostos a morrer e a matar. Eles não duvidam. Eles não hesitam. Eles conhecem a Verdade e o Bem. Para que necessitam de ciências? Para que necessitam de democracia? Tudo está escrito no Livro. Basta crer e obedecer. Entre Darwin e o Gênesis, entre os direitos do homem e a Sharia, entre os direitos dos povos e a Tora, eles escolheram de que lado estão, de uma por todas. Eles estão do lado de Deus.. Como poderiam estar errados? Por que deveriam crer em outra coisa? Fundamentalismo. Obscurantismo. Terrorismo. Eles querem fazer-se anjos; fazem-se de bestas ou de tiranos. Tomam-se por Cavaleiros do Apocalipse. São os janízaros do absoluto, que eles pretendem possuir com exclusividade e que reduzem à dimensão, singularmente estreita, de sua boa consciência. São prisioneiros da sua própria fé, escravos de Deus ou do que consideram ser – sem provas – sua Palavra ou sua Lei[10].

  1. A verdade como história, como narrativa, como metáfora.

Jonathan Sacks diz que o judaísmo é repleto de histórias, segundo o dito judaico, “Deus criou o homem porque gosta de histórias”). A própria Bíblia é um dos exemplos fundamentais da verdade como história, ao contrário do modelo ocidental conhecido – a história como sistema[11]. O saber conceitual não é o mesmo do saber proverbial. O conhecimento absoluto não está na mesma categoria do conhecimento intuitivo. A percepção das entranhas não é a mesma da razão.

  1. A verdade como compromisso com a vida.

De acordo com Michel de Foucault a “verdade” como conceito absoluto precisa do anteparo do poder. A verdade que prevalece não é necessariamente “a” verdade, mas aquela que as instituições dominantes impõem:

... a verdade não existe fora do poder ou sem poder (não é – não obstante um mito, de que seria necessário esclarecer a história e as funções – a recompensa dos espíritos livres, o filho das longas solidões, o privilégio daqueles que souberam se libertar). A verdade é deste mundo; ela é produzida nele graças a múltiplas coerções e produz efeitos regulamentados de poder. Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua “política geral” de verdade: isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como verdadeiro[12].

A ortodoxia se estabelece como o piso da ortopraxia. E a ortopraxia é o que anima a ortodoxia. Portanto, segundo David Bosch, na esteira do iluminismo, as igrejas antigamente “se arrogavam do direito de determinar qual era a verdade ‘objetiva’ da Bíblia e de dirigir a aplicação dessa verdade intemporal ao cotidiano dos crentes”[13]. Bosch afirma que Schleiermacher “foi o pioneiro em perceber que toda teologia era influenciada, se não determinada, pelo contexto em que evoluíra”[14].

Dessa forma, Bosch chega à conclusão que “ a reivindicação universal da hermenêutica da linguagem precisa ser contestada por uma hermenêutica da ação, porque fazer é mais importante que saber ou falar. Nas escrituras são bem-aventuradas as pessoas que agem. E eu concordo com ele que, “não existe, em verdade, conhecimento exceto na própria ação, no processo de transformar o mundo através da participação na história’”[15]

  1. A verdade como uma aproximação do sublime.

Deslumbramento, ou fascínio pelo numinoso, o mistério tremendo, como queria Rudolf Otto.

O rabino Abraham Joshua Heschel dizia que os gregos aprenderam para compreender. Os hebreus aprenderam para reverenciar. O homem moderno aprende para fazer uso de seu conhecimento[16]. E sugere um outro nível de conhecimento, que leve ao espanto, ao deslumbramento, ao maravilhamento. A verdade seria, portanto, um encontro com o sublime.

Heschel define sublime como aquilo que podemos ver e não conseguimos definir. É a alusão silenciosa das coisas a um significado maior do que elas mesmas. É o que todas as coisas definitivas simbolizam; “o silêncio inveterado do mundo que permanece imune à curiosidade e às indagações, como uma folhagem perdida no anoitecer”. O sublime é o que nossas palavras, fórmulas e categorias não podem jamais alcançar.

Para o rabino, o sublime não está, necessariamente, relacionado com o que é vasto e esmagador por suas dimensões. “O sublime pode ser percebido em cada grão de areia, em cada gota de água. Todas as flores no verão, todos os flocos de neve no inverno podem despertar em nós uma sensação de maravilhamento, que é nossa resposta ao sublime”[17]. Por isso, a verdade está onde a mente não necessariamente consegue elucidar.

Porque a verdade é sublime, porque o real está no imponderável, porque a realidade não se limita aos contornos da racionalidade, nasce a poesia e minha verdade foi expressa no meu poema “Sobre Deus”:

Não sei explicar as razões da minha fé. Não sei dizer os porquês da minha devoção. Sinto-me inadequado para convencer os indiferentes a desejaram a pitada do sal que tempera o meu viver. Tudo o que sei sobre o Divino é provisório. Minhas convicções vacilam. Todas as certezas são, decididamente, vagas.

Sei tão somente que Ele se tornou a minha meta, o meu norte, a minha nostalgia, o meu horizonte, o meu atracadouro. Empenhei o futuro por seguir os seus passos invisíveis. No dia em que o chamei de Senhor, a extensão do meu meridiano se alongou, os retalhos do meu mapa se encaixaram, caíram os tapumes da minha estrada, o ponteiro da minha bússola se imantou.

Sei tão somente que Ele se fez residente no campus dos meus pensamentos. Presente nos vôos da minha imaginação, virou um doce ponto de interrogação. Causa de toda inquietação, tornou-se a fonte de minha clarividência.

Sei tão somente que Ele se desfraldou como bandeira sobre os meus ombros. E o cilício, as purgações, os sacrifícios, tudo foi substituído por desassombro. No porão da tortura, nos suplícios culposos, achei um ambulatório. Os livros contábeis onde se registravam meus erros foram rasgados. As punições, suspensas. Já não fujo dele como de um Átila. Eu agora o chamo de Clemente.

Sei tão somente que Ele ardeu o delicado filamento que acende a luz dos meus olhos. Ele foi o mourão que marcou o outeiro de minha alma como um jardim. Ele é o badalo que dobra o sino do meu coração; o alforje onde guardo os acertos e desacertos do meu destino.

Sei tão somente que Ele me fascina quando refrata luz. Dele vem o encarnado que tinge minha face com o rubor do sol. Seu amarelo me brinda com o açafrão do mundo do mistério; e o roxo me colore de púrpura real. Seu branco é lunar e me prateia. Seu preto me conduz até o nanquim celestial. Por sua causa, espelho o azul dos oceanos mais longínquos.

O que dizer de Deus? Tão pouco! Espero, tão somente, que o meu espanto expresse o tamanho da minha reverência.

Soli Deo Gloria.



[1] Alves, Rubem – Religião e Repressão – Edições Loyola, São Paulo, 2005. p.44.

[2] Armstrong, Karen – Em nome de Deus – Companhia das Letras, São Paulo, 2005, p.168.

[3] Idem, p.168.

[4] Küng, Hans – O princípio de todas as coisas – Editora Vozes, São Paulo, 2007, p.62.

[5] Idem, p.62.

[6] Idem, p.62.

[7] Alves, Rubem – Religião e Repressão, Editor Loyola, São Paulo, p. 138.

[8] Mendonça, Antônio Gouvêa – O Celeste Porvir, a Inserção do Protestantismo no Brasil – Edições Paulinas, 1984, p.208.

[9]Queiruga, Andrés Torres – Creio em Deus Pai – Editora Paulus, São Paulo, 2005, p.21.

[10] Comte-Sponville, André – O espírito do ateísmo – Martins Fontes, São Paulo, 2007, p.32.

[11] Sacks, Jonathan – “Para curar um mundo fraturado – a ética da responsabilidade, Editora Sefer, São Paulo, p. 23.

[12] Foucault, Michel – Microfísica do Poder, Edições Graal, São Paulo, 2007, p.12.

[13] Bosch, David – Missão Transformadora – Mudanças de Pradigma na Teologia da Missão, Editora Sinodal, Rio G. do Sul, 2002, p.504.

[14]Idem, p.505.

[15] Idem, p.508.

[16] Heschel, Abraham Joshua – Deus em busca do homem – Editora Arx, São Paulo, p.43.

[17] Idem, p. 49.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Como o ar que eu respiro

Algumas vezes eu me encontro em uma situação que me deprime. Me sinto como se estivesse “longe” de Deus. Não que eu esteja desviado, andando em caminhos tortos, ao contrário, mas mesmo assim me sinto a milhas de distância de Deus.

A correria do dia-a-dia, as preocupações terrenas, entre outros fatores acabam tomando todo o tempo e quando percebo, já estou nesta situação.

Compartilhando este meu sentimento com um grande amigo, ele citou um conto, que segue abaixo, e eu achei bárbaro. Deve ser bastante conhecido, mas eu não conhecia e veio bem a calhar.

Deus é como o ar, nós precisamos Dele para viver, sem Ele não sobrevivemos, mas só nos demos conta disso quando sentimos falta.

Como seria bom se buscássemos a Deus sempre, como quem busca o ar após passar alguns instantes embaixo d’água.

Mas também, como é bom saber, que mesmo nós não nos dando conta disso, Deus continua a nos envolver e cuidar de nós.

Fiquem na PAZ!
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Certa ocasião, um discípulo que procurava seguir o caminho espiritual, dirigiu-se ao seu orientador, dizendo-lhe:

Mestre! Embora o senhor nos tenha ensinado que Deus está sempre à nossa disposição, não consigo encontrá-lo, por mais que O procure.

O mestre então levou o discípulo até um lago e o convidou a entrarem no lago.

Ao chegarem a determinado ponto, o mestre segurou o discípulo pelos ombros e mergulhou sua cabeça, sem deixar que ele a levantasse.

O discípulo começou a debater-se, tentando inutilmente sair daquela situação.

Quando o mestre percebeu que ele estava perdendo as forças, soltou-o e ele procurou imediatamente respirar, buscando o ar com desespero.

Perguntou-lhe o mestre: que foi, meu filho?

Ar, mestre! Ar! Sem respirar, eu morreria.

Respondeu-lhe então o mestre:

No dia em que você procurar Deus com o mesmo empenho com que buscou o ar para viver, você O encontrará.