quinta-feira, 29 de setembro de 2011

um ponto no azul do céu

passarinho invejo seu vôo
voa como o vento quer
não deseje ser mais do que já é
um ponto no azul do céu

evandro l! melo
@evandrolmelo

sábado, 24 de setembro de 2011

PERDOEM-ME O DESGOSTO! ...ESTÁ INSUPORTÁVEL!



Perdoem-me, irmãos, eu confesso a tão aguardada confissão de minha boca. Sim, eu confesso que não posso mais deixar de declarar a minha alma. Para mim é questão de vida ou morte. Perdoem-me, irmãos, mas eu preciso confessar.

Sim, eu confesso...

Está insuportável. Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ser poeta

ser poeta é interessar-se pelas minúcias da vida, e desenhá-la com palavras.



evandro l! melo
@evandrolmelo

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mãos à obra

"Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão" (Lc 5:38)

Vinho novo em odre novo.

Gente nova em casa nova. É preciso, portanto, desconstruir para construir.
Pintar paredes, tapar buracos e rachaduras com quadros de falsa beleza não fortalece o alicerce.

Com gente nova, carregando a nova e fiel mensagem, a casa velha vai cair. A casa vai cair.

É preciso derrubar, vir ao chão e nos escombros ressurgir.

Que seja feita a reforma.

Que surjam novos arquitetos e engenheiros civis. O último talvez fora o Eng° Martinho Lutero CREA 3110-1517.

E já não é sem tempo. As pedras podem até clamar, mas será que se organizam sozinhas?
A obra está parada, o canteiro de obras dormente, desacreditado talvez.

Há um caminho enorme a pavimentar.

"Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele. Todo vale será aterrado e todas as montanhas e colinas, niveladas. As estradas tortuosas serão endireitadas e os caminhos acidentados, aplanados. E toda a humanidade verá a salvação de Deus" (Lc 3:4-6)

Mãos à obra!

***

Evandro L! Melo
@evandrolmelo

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

sonhar

     que resta ao homem
     senão sonhar?
     sonhar que sonha,
     depois acordar.


evandro  l! melo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fé bombástica

"Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda e uma dinamite do tamanho de uma banana, poderão dizer a este monte: 'Vá daqui para lá', e ele irá. Nada lhes será impossível." -  disse o chinês vendedor de fogos, convertido ao cristianismo.
 ***

Evandro L! Melo
@evandrolmelo

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Crônica da liberdade aprisionada


 
- Me solta!
- Humpf (desdém).
- Anda, seu merda, me solta.
- Pfff (desprezo).

Livre como um pássaro no poleiro. Elefante de circo. Oito toneladas presas num toco junto ao chão.

A porta entreaberta causa medo. O desconhecido é tímido e a coragem ausente.

"ah mas e se eu sair e...e...e… ah mas..."

O sarcasmo é pontual. Com ele posso contar, todos os dias ao despertar. Ah, ele me faz sentir livre. Com ele, graças a ele, aperto o nó da gravata, leio meu jornal em meio ao café amargo.
Abro a porta de casa e me sinto livre. O trânsito é que tenta espantá-lo um pouco, "é o preço do progresso ", ele saca da cartola.

Observo a vida lá fora. Já não sei se está frio ou calor. Dentro do carro está na temperatura de sempre.
Tremo, como um bom homem livre, ao ver alguém mal encarado na rua. As mãos, automáticas, correm travar as portas.

Troco 'bom dias', sorrisos, poucos apertos de mão, nenhum abraço.
Combino o almoço por caracteres com meus colegas. Tempo de descontração. Banho de sol, que todo homem livre merece.

Mal vejo o sol baixar. Lá se foi mais um dia.

Chego em casa, o cansaço a me dominar. Ligo a TV, por hábito, puro hábito. Lá vem o cachorro com a bolinha na boca. Não contenho um sorriso em minha boca. Brinco com ele.

Santo microondas que facilita minha vida. Como rapidamente. Mais um pouco de TV. Mais uma bolinha lançada. Como é bom vê-lo correr.

Vou dormir, ninguém é de ferro. Partes de mim parecem ser, mas não tudo.
O travesseiro funciona como um ímã que atrai a realidade. Uma foto desbotada dos meus dias se apresenta a mim.

Durmo como um bom e livre homem. Graças ao sarcasmo.

- Vamos lá, e se eu pedir por favor?
- ?
- Me solte.
- Liberdade. Não me amole.

Evandro L! Melo

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Genesis

no princípio eram letras
partículas soltas pelo ar
até decidir ser história
verbo pondo-se a contar
infinito optou por infinitivo
e do amor escolheu amar.

evandro l! melo