Os pés estavam bravos com alguma coisa, andavam agitados e solitários à beira do riacho.
Nem pensaram ao avistar uma predra, chutaram raivosos, como que se isso descarregasse a raiva.
A pedra era bela. Redonda e bela. Nem tão grande, nem muito pequena, era bela.
Os pés logo perceberam o que fizeram, arrependidos foram logo falando:
- Pedra, desculpe, estamos nervosos. - e fizeram um convite:
- Pode nos fazer companhia?
- Posso, mas não quero, não quero e não vou. - responde a Pedra enfezada.
- Mas Pedra, por que não?
- Não percebem?! Vocês me chutaram. A culpa é sua!
Os Pés olham tristemente e refletem:
- Sim é verdade, sabemos disso. A culpa é nossa, nos perdoe.
A Pedra responde, ainda sentida:
- Não posso, sou pedra, essa é minha natureza.
- Mas Pedra, assim não seremos amigos. Nos perdoa. - Pedem aflitos os Pés.
- Sinto muito. Sou pedra.
Evandro L! Melo
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