terça-feira, 15 de novembro de 2011

PRIMING




Priming é um fenômeno psicológico em que uma resposta a determinado estímulo é facilitada por estímulos anteriores.
Basicamente, indução.

Por exemplo, seu eu contar que nasci no dia 5, as 5 horas e 55 minutos (é verdade!) e pedir, dias depois, para você adivinhar meu número da sorte, provavelmente você vai falar “5″, mesmo que já tenha esquecido a história.

Ou, se eu escrever um post sobre velhice, cheio de palavras como asilo, artrite, dor na coluna, labirintite… quando você for se levantar da cadeira, provavelmente vai ser mais devagar e lentamente do que o de costume.

Isso porque esse seu cérebro maluco é cheio de associações contextuais inconscientes e que acabam afetando suas percepções, suas reações e seu comportamento. Ou seja, livre arbítrio muito menos livre do que você gostaria de acreditar.

É o campo de distorção de realidade do Steve Jobs. São as visualizações de sucesso usadas por atletas. É bocejar de mentirinha 3 vezes pra dar sono no seu filho (alguém mais usa esse truque?).

Claro, a propaganda sabe bem disso e adjetiva produtos desde sempre, mas geralmente passa do ponto e deixa a armadilha explícita demais pra você cair. A não ser que seja uma categoria bem mais sutil e sacana como o Stealth, a propaganda que você não sabe que é propaganda.

Lembro de um exemplo interessante em que uma garota muito bonita, fingindo ser uma turista estrangeira, abordava homens em salas de embarque de aeroporto perguntando se falavam inglês. Se respondessem que sim, ela disparava a falar muito rápido. O coitado não entendia nada e tinha que pagar um mico na frente daquela mulher linda, que simplesmente fazia uma carinha de pena. Horas depois, no desembarque em outra cidade, o passageiro recebia um folheto de uma escola de inglês, sem que associasse os dois eventos. Priming, a serviço do mal. Uma incompetência plantada na cabeça, seguida de solução.

Mas toda essa introdução é só para apresentar esse experimento social, que mostra grana sendo usada como priming e disparando comportamentos surpreendentes.

É impressionante.



Malcolm Gladwell também conhece bem o priming e conta um pouco sobre os experimentos de um especialista no assunto: John Bargh (que eu já associei como um cara nojento, só por causa do sobrenome)



E não sei se você reparou, mas você está, nesse momento, mais desconfiado do mundo. Priming.
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Peguei emprestado do ótimo Update or Die

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