domingo, 24 de abril de 2011

Os dias de Páscoa

Penso nos acontecimentos destes 3 dias de Páscoa, da seguinte maneira:

- 6a-feira
Muita confusão, medo, aflição, ondas de terríveis pensamentos inundando a mente de todos.
Só Deus (Pai, Filho e Espírito Santo) tinham ciência de tudo.

- Sábado
Luto. Muito pesar, muita tristeza e dor. Cada um relembrando os momentos terrivelmente únicos do dia anterior e pensando - "E agora?!"

- Domingo
Espanto e admiração. Adoração e compreensão. Entendimento do que tudo aquilo significara.
Dia de milagre, de transformação. Dia de salvação.

Obrigado Pai, por ser a nossa Páscoa!

Evandro L! Melo
(originalmente escrito e postado em  sexta-feira, 2 de abril de 2010)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A fúria de Pangéia

Essa é uma história interessante, conta a vida de África e América, dois eternos amantes.
Ela era altiva como a vida e ele, forte como o amor.

Porém, como toda história de romance, havia um outro envolvido, alguém bastante intrigante.
Seu nome era Pangéia, forte e poderoso, senhor daquela era.
Seu coração doía, ao ver os dois em alegria, seu rosto se contorcia.

Dono de toda porção de terra, decidiu declarar guerra, reuniu seu escudeiro e pediu que desse um jeito, que América viesse a ser sua por inteiro.
Jeito, para quase tudo havia, logo lhe avisou, morte não desfazia e paixão não se movia.

Tamanha fora a fúria de Pangéia, clamou das profundas terras, força oculta, como ninguém soubera.
Bruta força que do fundo chão brotou, fez tremer os montes, rios e lagos esvaziou.
De tanto medo, a Terra começou a tremer, chacoalhou a todos, não escapou nenhum ser.

Se amando, África e América se olharam, coisa boa que não era, logo notaram.
E Pangéia, a terra ao meio dos dois partiu, em um forte estrondo, como nunca se ouviu.

De mãos dadas os amantes não puderam conter, os blocos de terra que os separavam, de tanto tremer.
Nem a força do amor foi capaz de segurar, as mãos unidas, os dois juntos, só queriam se amar.
E lentamente América e África pequenos se viam, e novos mares surgiam, das lágrimas que não continham.

O tempo impiedoso passou, mas o amor que foi, ficou e marcou.

Hoje América busca ser grande, dar a volta por cima e se reencontrar com África, seu amante.
Enquanto África que virara motivo de pilhéria, chora amargurado toda sua miséria.

Pangéia sujeito cruel, provou do seu veneno, amargo como fel. Vive em pedaços cercado de dor, e vez por outra é possível sentir o seu tremor.

Até hoje se conta de orelha em orelha, a história de amor entre África da pele escura e América da pele vermelha.


Texto de: Evandro L! Melo
Ilustração de: Felipe Lopes
escrito para o tema "Terremoto" do Sobre Pensar.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sempre és

Na tristeza, nos dias rosados
No sorriso, ou dias nublados
Presente como o ar
e eterno como vento 
Tu És

no silêncio se mostra
no vazio se espera
a primeira nota,
a melhor nota como
 Tu És

Minha alma a ti canta
no lamento, na esperança
na dor que arde em chama
em festa como uma criança

Agita-se em mim a paz
na procura do aconchego
ou na busca por si mesma
Tua calma é o que me apraz


Evandro L! Melo
com uns retoques do Diego Venâncio

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ciclo da miséria

Minha impressão é que assistimos a miséria em seu ciclo vicioso como assistimos a um bom drama nos cinemas.
Choramos, nos emocionamos, por vezes nos indignamos com o vilão, mas então o filme acaba, o letreiro começa a subir, as luzes se acendem e voltamos a nossa vida real, aquela que não dá tempo de ficar pensando na miséria alheia.

"Meu senhor a pobreza não é um pecado. Mas a miséria, meu senhor, a miséria... essa sim, essa é pecado. Na pobreza ainda se conserva a nobreza dos sentimentos inatos; na miséria não há nem nunca houve nada que os conserve. (Crime e Castigo, Fiódor Dostoievski)."

Miséria é a falta de esperança, de perspectiva. É o sobreviver sem viver.

O ciclo da miséria não para, está na inércia da roda que gira e assim continuará até que uma força contrária a faça parar.

Quando vemos uma criança pedindo esmola no semáforo, nos enchemos de DÓ. Essa criança cresce e se torna um adolescente que nos faz sentir MEDO. A vida não para e esse adolescente chega a fase adulta, tem filhos e os explora, e sentimos RAIVA deles.
Os filhos explorados pelos quais sentimos DÓ vão crescer e se tornarem adolescentes perigosos e temerosos, sentiremos MEDO, chegarão prematuramente a fase adulta, terão filhos e os explorarão nos fazendo sentir RAIVA. Percebeu? Parece não ter fim.



E qual a missão da igreja (instituição ou não, melhor que não, que seja o ajuntamento de pessoas que seguem a Cristo)?
A missão da igreja é romper com esse ciclo miserável.

E para isso a igreja precisa estar Socialmente INSERIDA, ATUANTE e ser RELEVANTE.

Deixar de ser consumidora da graça apenas e ser doadora.

A propósito, desprezo tudo que meramente me instrui sem expandir ou estimular imediatamente o meu grau de atividade. (Goethe)"

Trocar o sentimento de DÓ, por COMPAIXÃO. A compaixão é o sentimento de Dó seguido por uma ação, um ato de amar. A dó por si só se basta, vamos trocá-la então por compaixão.



É fácil transformar o mundo, basta o primeiro passo.

Vamos juntos?


Evandro L! Melo

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Não é cinema



vou chorar, lágrimas de dor
vão se esparramar,
num explendido ballet
a encantar de quem não é

vou partir, incrível dor
que nunca senti
não é cinema, bolero e tal
essa dor que aí está é real

vou mentir, vestir a capa
que te faz feliz
viver o conto, te fazer rir

vou sonhar, dias de sol
virão me iluminar
me fará andar, até onde der

***
Evandro L! Melo