terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Plantava sonhos

Plantava sonhos, como quem planta vida. Vida que passa de mansinho, em seu tempo próprio. Os sonhos eram plantados, um a um semeado, em terra fofa, previamente cuidada. Havia de ser a casa certa onde o sonho repousasse e desse frutos.

Junto aos sonhos plantava também promessas, embora muitas vezes alertado de que era preciso cuidado ao se plantar promessas, elas crescem rapidamente e se multiplicam, tornando muito difícil a colheita.

O plantio de sonhos e promessas até fazia bem, desde que feito com parcimônia e acompanhado bem de pertinho. Muitos se perdiam em seus próprios sonhos e eram sufocados pelas promessas semeadas por suas mãos.

Tanto tempo passava plantando sonhos e promessas, que não lhe sobrava tempo de colher seus frutos. Ficou só na promessa.

Evandro L! Melo
www.SobrePensar.tumblr.com

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

tão doce

O doce nome de Jesus
é de graça, pela graça
é seguro, tão seguro
é perfume, é encanto
coberta que envolve e aquece
alegria que se expressa no sorriso
é paz, luz na escuridão
é paz, água no sertão
é sol no meio da noite
é doce, tão doce.

Evandro L! Melo

sábado, 1 de janeiro de 2011

Votos sinceros

Tão eficaz quanto um romance platônico, são esses votos sinceros de passagem de ano.

Românticos, nos abraçamos, trocamos palavras de sinceros desejos, enviamos emails aos amigos distantes, mensagens reduzidas no celular e twitter, sempre desejando paz, amor, alegria, saúde...

Mas assim como o amor platônico, tudo isso não desce à atmosfera da vida real, não chega à verdade do toque. Tudo não passa de uma sincera superficialidade.

O tempo, a vida, não tem demarcadores, é infinita, contínua e não se deixa perceber por calendários. O calendário nada mais é que uma linha imaginária no tempo infinito.
É uma maneira que criamos para controlar e ordenar algo feito para ser livre, radicalmente livre e indomesticável.

Ao desejarmos conceitos tão abrangentes como paz, amor, felicidade na passagem de um ano ao outro, estamos expressando nossa incapacidade de fazer acontecer.

O ano será o que fizermos dele, e se não descermos esses conceitos sempre tão na superfície, para nossas vidas, para nosso cotidiano, não passam de espumas ao vento, bolhas de sabão, não passam de nada.

Desejar da maneira como fazemos é delegar ao acaso que seja dono do mundo. É deixar ao destino que nos controle e que faça acontecer.

Descer estes votos para o dia a dia significa, aí sim, que eu desejo que o ano seja feliz, de paz e alegria e que para isso, amigo, vou me esforçar para que aconteça.
Me comprometo com você, amado, que vou buscar viver bem para ter saúde, vou procurar harmonia, nem que para isso tenha que ceder em alguns pontos, para que tenhamos uma vida de alegria.

E para quando tudo fugir do meu controle, deixo então esses momentos para o acaso, deixo ao destino.

Desejo, portanto, desejar menos e agir mais.

Feliz 2011! (é para isso que vou me esforçar)

Evandro L! Melo