sexta-feira, 30 de julho de 2010

A igreja itinerante



Papapararararipa pararararipa papapá

Respeitável público, temos a imensa alegria de levar até você a Comunidade de Jesus.

Papapararararipa pararararipa papapá

A igreja é um circo, ou melhor, poderia ser mais parecida a um circo. A começar pela localidade. O circo não tem lugar fixo, não é estático. Itinerante, vai onde está o publico.
Assim como diz a canção "o artista vai aonde o povo está" deveria ser a igreja, a igreja vai aonde o necessitado está.

Se hoje tem alguém que chora, lá estará a igreja, a comunidade de Jesus para chorar junto, para acolher e amparar o ferido. Se hojé é dia de festa, lá estará a comunidade de Jesus festejando, com música, dança, piada, muita folia.

Tenho em Jesus, a inspiração para este sonho de igreja e vejo Nele a prática disto. Jesus não frequentou sinagogas, casas de concreto, estáticas. Ele até foi algumas vezes, algumas das quais criou confusões, mas o lugar dele, que ele achava ser dele, era junto ao povo, nas ruas, povoados, onde ninguém, nenhum religioso estivera antes.
Ele ia onde estava o necessitado, o povo carente de amor, de cura, de um toque, um olhar, um abraço.
Se compadecia com as mazelas desse povo. Esse era Jesus, um artista de circo, um itinerante.

O grande problema da igreja institucionalizada, fixa, estática, é que tudo o que faz é para chamar o povo a vir até ela. O povo não quer isso ou não está preparado para ir até ela. O alcance de uma igreja estática é limitada e superficial, enquanto o circo itinerante vagueia por diversos lugares, indo ao encontro de seu público, alcançando e se compadecendo seu público.

E se eu já vejo uma mensagem clara de que devemos ser itinerantes observando a vida de Jesus, é em sua próprias palavras que eu me convenço ainda mais disso.

"Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles. Mateus 18:20"

Jesus não diz que ele estará na sinagoga, ou na igreja de paredes, estática. Ele é bastante direto e claro, onde estiverem reunidos 2 ou 3 ele estará ali.

Não acho errado termos um local fixo para nos encontrarmos. Ao contrário, acho muito bom que tenhamos um ponto de encontro, um compromisso, mas desde que isto não ganhe proporções e importância maior do que estar junto ao povo, aos amigos, aos necessitados. O relacionamento é o mais importante.

A partir do momento que se dá demasiada importância ao ritual, seja ele qual for, nos tornamos religiosos e perdemos a essência da mensagem de Cristo, do relacionamento.

Papapararararipa pararararipa papapá

E na igreja circo, tem artistas, tem gente de todo tipo e tem GRAÇA!

Papapararararipa pararararipa papapá


E hoje tem boa música?!
-Tem graças a Deus!

E hoje tem palhaçada?!
-Tem graças a Deus!

E hoje tem poesia?!
-Tem graças a Deus!

E hoje tem contos e histórias?!
-Tem graças a Deus!

E hoje tem alegria?!
-Tem graças a Deus!

E hoje tem companhia?!
-Tem graças a Deus!

Papapararararipa pararararipa papapá

*Hoje agradeço a Deus por ter encontrado um local para me reunir com grandes amigos e juntos buscarmos a Deus, mas que não se dá maior valor do que tem, antes procura ser itinerante, andar junto, se relacionar, se compadecer.


Evandro L! Melo

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Amigo Deus


No dia do amigo, encontrei-me com meu maior amigo na pedra do Arpuador, no Rio de Janeiro.

Ele me acompanhou por todo o caminho, como sempre faz, mas lá pudemos passar um tempo juntos. Ele me fazendo companhia e eu contemplando sua criação.

No silêncio, ouvindo apenas as ondas que se chocam na rocha, num ballet frenético, consigo ouvir melhor esse meu amigo.

Meu olhar se perde em tanta beleza, em vão procuro o melhor ângulo. Não há. Todos são unicamente belos.

Naquela atmosfera deixo vagar os pensamentos, dou a eles liberdade. Eles aproveitam esse momento e passeiam errantes, vão em todas as direções, bem devagar. Tudo bem de-va-gar.

O tempo também parece ter se distraído, não me deu ouvidos quando lhe ordenei que parasse. Passou na sua costumeira pressa, discreto, nem percebi.

O sol se pôs. Triste. Por pura obrigação, precisa se apresentar no outro lado.
Talvez um dia tome a coragem que hoje ensaia e chega para ficar. Tenho certeza que se pudesse ficaria ali para sempre e deixaria tudo mais no escuro.

Nem bem se fora e lá estava ela, a lua. Toda pomposa, vislumbrando os últimos instantes de claridade.
Ela também tarda a partir, fica à espera dos primeiros lampejos do sol para observar mais um pouco, o quanto pode, e por mais uma burocracia divina, vai se apresentar em noites por aí.
Vez ou outra se enche de coragem e fica. São noites sem luar, dizem por lá. Mal sabem o que a lua está a vislumbrar.

Esse tempo foi raro, caro amigo.

Obrigado por ter criado este lugar, este momento, a mim...

Amém.

Evandro L! Melo











segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os lados

Esta terra tem dois lados, o de lá e o de cá. Já vou logo avisando, o de lá é muito mais legal.

O lado de lá é belo, incrivelmente belo, como um doce protegido pelo vidro no balcão da doceria, cobiçamos, sentimos o sabor através dos olhos.

O lado de cá não é tão belo assim, não há muito o que se ver, na verdade não há tempo para ver nada além dos ponteiros que giram vagarosamente.

No lado de cá, há suor. Rostos cansados de trabalho exaustivo em troca de trocado. Não há o que reclamar.

No lado de lá, há suor. Rostos e corpos estirados em cadeiras de praia, lutando com o calor com uma gelada água de côco.

O lado de lá é de novela. O lado de cá é o chão da vida.

O lado de lá é sem pressa, é sem hora, é sem tempo, é sem vergonha.
O de cá é passos rápidos pra lugar algum, como se isso acelerace o tempo. É a contagem regressiva para o sofá com novela. A novela da vida do lado de lá.

É sonhar em estar do lado de lá, acordar do lado de cá. O lado de cá pensa no de lá, inveja o de lá, se ilude com o de lá.

O de lá pouco sabe do outro lado. Ignora voluntariamente. O de cá causa nojo.

Curioso que o de lá, pra estar lá, por estar lá, depende do de cá. Talvez por isso o medo lhe é companheiro.

Os lados percorrem o tempo na paralela, poucos são os encontros, raros os cruzamentos embora constantes as perpendiculares.

Evandro L! Melo

* Estou até 4a-feira hospedado em um hotel am Copacabana, na Av. Atlantica, de frente pro mar. Este é o lado de lá.
Na rua de trás, paralelo à Av Atlântica, fica a Av Nossa Senhora de Copacabana, rua de grande movimento, comércio, ônibus, gente... o lado de cá.
Perto da beleza, fica mais fácil observar estes contrastes.


sábado, 17 de julho de 2010

rainha-mãe

O Jogo de Xadrez tem todo seu encanto. Representa um reino, uma vida, a forma que vivemos.
Todos somos peças neste tabuleiro.

Embora toda atenção seja dada do Rei, é dele a proteção de todos, é a Rainha que rouba a cena.
Como não pensar nela, como não falar dela? Ela, a rainha-mãe, mãe-rainha.

Dona de um charme único, poderosa, capaz de ir onde for preciso para proteger os seus.
Não se limita a uma só direção, não se contenta em andar devagar.

Vai para onde for preciso, num instante.

Verdade é que nos tempos antigos, tinha seu valor, como mulher, reduzido. Ciúme, medo dos homens, talvez.
Não fosse isso, tenho certeza de que além de pai, chamariam Deus de mãe.

Mãe que acolhe a criança, que ensina, que ama, que tem em seu abraço a cura. Mãe, o único ser no mundo com o dom de fazer o filho acreditar que "vai passar, vai passar".

Se hoje estou aqui, sobrevivendo, vivendo neste tabuleiro-mundo, é porque você, rainha-mãe, se sacrificou por mim, esteve onde foi preciso.

Mãe, o substantivo do verbo amar.


Evandro L! Melo

* Hoje, 17 de Julho, aniversário da minha mãe, rainha-mãe.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Minh'alma


Porque se aproxima sorrateira?
devagar me toma a calma
sem que ao menos eu perceba
Senhora se torna de minh'alma

Essa alma já é serva
A Paz é sua Senhora
por favor me de licença
devolva à Paz esta alma que chora

Se fizeram um acordo
e minha Senhora lhe permite entrar
assim valorizo ainda mais
os dias que estou em paz

Como parte desta feita
digo que és bem vinda
mas que seja breve a estadia
no outro dia trata de sumir
com esta angústia que me angustia.

Evandro L! Melo

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Nossa arrogância

Não o Brasil não perdeu a Copa 2010 por causa da arrogância do Dunga, não perdeu a Copa por causa da
concentração fechada, não perdeu a Copa por causa da Globo, por causa do frio, por causa de nada disso.

A seleção brasileira perdeu essa Copa por uma simples razão, jogou contra uma excelente seleção, a Holanda.

E o futebol é isso. É tão simples assim, dois times se enfrentam e um sai vencedor, não existe mística,
estatística ou análises que mudem isso.

A seleção holandesa é muito forte desde antes da Copa. Todos já sabiamos disso. Eles tem Robben, um dos
melhores do mundo, em seu melhor momento.

Então qual o problema?

O problema é que nós brasileiros não gostamos de futebol. Nós gostamos é de ser campeões. Não queremos ver futebol bonito nada, queremos é ser campeões e isso nos basta.

Quando se perde, procura-se culpados, cabeças a cortar, dedos apontados para lá e para cá, mas nos
esquecemos de valorizar o adversário.

Isso sim é arrogância, não a do Dunga, a nossa. Não somos capazes de parabenizar o adversário, de
respeitar quem jogou melhor, somos narcisos.

Agora é aguentar a mídia esportiva procurando pêlo em ovo. Esse esporte é tão fantástico que criou uma
indústria, um mundo que gira em torno dele, e não se pode pensar simples, tem que achar análises,
estatísticas, culpados, erros, e por aí vai.

Evandro L! Melo

*Aqui também Oh Raios

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Pai

Não é a toa que na bíblia colocam Deus na figura de pai.
Paizinho, Aba pai, pai querido, acolhedor, amoroso, carinhoso, educador, justo...

Pai, o alicerce da família.

Sinto por amigos que não tem em seus pais essa figura doce a qual comparam o Deus eterno.

Eu tenho!

E por isso hoje sou assim, feliz, e se hoje sou é porque antes fora, por mim, pai.

Espero eu, um dia, ser digno se ser comparado, como pai, a você, pai.

Obrigado.

*Este post é dedicado a meu pai, Daniel, que hoje faz 59. Feliz aniversário!

Evandro L! Melo

espelho


sofro,
tanto quanto penso, tanto quanto falo, tanto quanto espero, tanto quanto não faço
sofro,
tudo que eu vejo, nada é segredo, tudo que eu ouço, nada é silêncio, tudo que me toca, é real,
tudo que deixo pra depois, me acomodo
me incomoda,
vida que levo e dela nada levo
choro,
medíocres mãos nos bolsos, nada é comigo,
no espelho, tudo que eu vejo é umbigo.

Evandro L! Melo