sábado, 29 de dezembro de 2012

nuvens


há poemas que são como nuvens. agrupam-se em palavras no pensamento.
ameaçam chover poesia mas daí bate um vento de distração e a desfaz toda.
não chove idéias nem ficam registros, mas por um instante existiu e se exibiu.


evandro l! melo
@evandrolmelo

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

eco...eco...eco

-Palavras, lavras, avras...
Repetiu o Eco.
- Eco, eco, eco...
(bom vou falar baixinho para o Eco não mais incomodar).

domingo, 23 de dezembro de 2012

é Natal




olha lá quem vem de longe
entoando uma canção
é o anjo Gabriel 
de harpa na mão
"paz na terra, paz a todos
pois nasceu a salvação"

andando em terras distantes
viram a estrela no céu brilhar
reis, magos e pastores
sentiram o coração se alegrar
vem nascendo o pequenino
nosso Deus se fez menino!

em cama não lhes deram vaga
mas o burro a ovelha e a vaca
trataram de lhe arrumar palha
"deite aqui jovem Maria
e descanse nobre José,
vai nascer a luz do dia, 
Jesus de Nazaré"

o choro desta criança
encheu a todos de esperança
envolto a panos singelos
nascera o nosso salvador
deitado numa manjedoura
Jesus, o nosso Senhor.

evandro l! melo

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

petróleo e outros furos



O filme Sangue Negro, de 2007, mostra a livre corrida de americanos em busca de um sonho. Encontrar um poço de petróleo e ficar rico. Pra sempre.
Vale lembrar que diferente do Brasil, nos EUA o poço de petróleo é de quem o encontra.

Em busca de petróleo pessoas ficavam loucas, davam o sangue, dedicavam toda uma vida perfurando o solo, em busca do ouro negro.

O solo era rico em petróleo, isso era fato, como também era o fato de não ser fácil furar o local certo, extrair da forma correta, e fazer dinheiro antes de estar totalmente falido com a empreitada.

Era preciso audácia, persistência, um tanto de loucura e um pouco de sorte para encontrar o lugar certo e meter broca. Quem conseguia, garantia uma vida boa para 3 gerações.

Os anos passaram e uma turma achou de explorar outros solos, rico em silício. O petróleo continua valioso, mas não brilha mais sozinho. Novos recursos, novos solos e o mais importante, novos exploradores surgiram.

Do silício criaram chips, processadores, computadores e micro-computadores (aham, aquelas coisas eram micro). 
A IBM por um tempo reinou absoluta com seus super Mainframes, até chegar a turma da Califórnia.
A turma explorou, suou, perfurou e achou seu petróleo. 
Steve Jobs, Bill Gates e companhia furaram o buraco do conhecimento e dele explodiu idéias, invenções que revolucionariam o mundo.

O solo ficou mais fértil, o solo a ser perfurado agora é a mente e a vontade de criar. Com a diferença de que um poço de petróleo bem achado dura uma eternidade, enquanto os novos poços nem sempre.
É preciso continuar furando, explorando e reinventando.

Bill Gates furou o seu, de lá saiu uma janela e parece que ele gostou. Pouca coisa nova saiu dali. Tratou de explorar bem esse buraco na parede.

Steve Jobs já não se contentava em revolucionar o mundo, queria isso várias vezes. Primeiro vieram os computadores, depois os softwares, a Pixar, iPod, iPhone, iPad, ietc...

Outros solos por além da Califórnia também foram perfurados.

Vimos em pouco mais de 3 décadas o fim do disco de vinil, o nascimento e morte dos CDs, a pirataria desenfreada dos mp3 e a comercialização mais eficiente de música eletrônica.

Também acompanhamos depois do Atari, a Nintendo mandar sozinha no mercado de video-games por um longo tempo (de uma década), até surgir a SONY explodindo petróleo com o PlayStation e passar a dominar tudo. A chegada do Wii trouxe de volta à Nintendo o poço da revolução, por pouco mais de um ano, quando o xBox toma essa liderança com o kinect.

Toda essa dinâmica confusão de lideranças, descobertas e revoluções se deram em uma, duas décadas.

E o solo da mente humana é fértil e parece não ter limites. Quando não esperamos muito mais coisas, surgem as redes sociais. Conhecemos e passamos a ser dependentes dessas coisinhas que nem sabemos bem pra que servem.

O cinema passou a ser feito e visto de forma diferente. A música é feita, ouvida, consumida e vista (vide morte da MTV) de forma diferente.

As coisas mudam e mudam rapidamente.

No filme Sangue Negro, o personagem de Daniel Day-Lewis enlouquece procurando o pedaço de chão certo a perfurar.

Nossa geração parte em busca de novas descobertas e quando acha que alcançou o limite, vem alguém e inventa algo que te deixa se remoendo "porque não pensei nisso antes?!".

Qual o próximo furo?

***

evandro l! melo