A vitória é nossa

Lembro das Páscoas de quando eu era criança e de como era gostoso acordar cedinho e encontrar aquelas coisas deliciosas, coloridas, brilhantes! Quando eu era pequena era só uma festa. Não compreendia bem o sentido. Páscoa era sinônimo de "muito chocolate!"

Com o tempo fui aprendendo mais algumas coisas. Alguém deve ter me explicado que comemorávamos a ressurreição de Jesus. Bem, é natural. A gente cresce ouvindo falar nisso... Quem não sabe? O fato é que a gente se acostuma com as histórias que nos contam mas não damos a importância devida. Entretanto, não esquecemos os ovos de chocolate, os coelhos, os cestos.

Talvez eu não tenha tomado consciência de imediato, mas havia algo mais por trás de tudo isso. Havia um presente de Páscoa para mim. Um enorme presente!

Muitas Páscoas se passaram e o meu presente estava sempre lá. Os chocolates a gente come. É gostoso. Até que se saboreia o último pedacinho e acaba. Mas a Páscoa tem mais do que isto. Tem um presente especial reservado para cada um de nós.

Este presente é a vida.

A vida que não acaba quando o coração pára de bater ou quando se pára de respirar. A vida conquistada na cruz com dor, com sofrimento, mas com muito amor. Conquistada quando Jesus ressuscitou derrotando a morte para sempre.

Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir? O que dá a morte o poder de ferir é o pecado, e é da própria lei que o pecado consegue esse poder de ferir. Mas agradecemos a Deus que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo! (I Coríntios 15.55, 57)

Talvez eu tenha ouvido falar nisso muito tempo antes de poder compreender. Mas sei que hoje deixou de ser uma "conversa chata de gente religiosa". Descobri o meu presente, o valor que ele tem e quero desfrutá-lo.

Algumas pessoas ainda sofrem com a morte. Ainda têm medo. Preferem não pensar nela porque não sabem o que há além. Se angustiam, se apavoram, se revoltam. Ainda não abriram seu presente de Páscoa.

Alguém que encontrou este presente sabe que a morte está vencida. Sabe que chegará o dia em que apenas passará por ela, como se atravessasse uma cortina para encontrar do outro lado uma vida ainda melhor. Jesus disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá e todo o que vive e crê em mim, ainda que morra, viverá e todo que vive e crê em mim, não morrerá eternamente. (João 11.25, 26)

Zeca, um dia, também teve medo de morrer. Morava numa das celas de um presídio de segurança máxima. Via a morte bem de perto naquele lugar. Aliás, a vida mesmo parecia ficar do lado de fora, atrás dos enormes muros gelados. Sim, é claro que haviam motivos para ele estar ali...mesmo assim, teve direito ao seu presente de Páscoa.

Todos ganharam o mesmo presente. Mas Zeca abriu o seu. Isso fez diferença quando, há poucos dias, passou pela morte. Passou segurando firme o seu presente. Está livre agora.

A Páscoa nos fala de vida. Vida que não tínhamos o direito de ter por causa dos nossos pecados. E não é preciso estar numa prisão para termos consciência de nossas imperfeições. Mas aquele que é perfeito cumpriu a pena. Pagou o preço. Derrotou a morte e nos deu de presente a vida.

Mais que os deliciosos chocolates, a Páscoa é Ressurreição. E por mais que tenhamos crescido ouvindo falar nisso, por mais que pareça mais uma estória comum, acredite... o presente é seu. Não tenha medo de abrí-lo.

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Retirado do site A Caneta Cristã (http://www.geocities.com/~dolorosa/recursos/index.html)