domingo, 2 de agosto de 2009

Carência cibernética

O que me surpreende no mundo que vivemos é o nível de carência das pessoas, procurando um jeito para falar, se fazer ouvir, ser importante.

Me questiono se a tecnologia, mais precisamente a internet, ajuda ou atrapalha no convívio e na evolução social.

À primeira vista, a internet parece ser uma ferramenta facilitadora e que ajuda a unir as pessoas. O distanciamento físico e geográfico não seria mais um problema, já que através da rede podemos falar com alguém do outro lado do mundo, sem dificuldades.

Mas outro fenômeno também ocorre, meio que involuntariamente acontece e quando percebemos já estamos servos obedientes dele.

A mesma internet que aproxima pessoas tão distantes, distancia pessoas tão próximas. Trocamos mensagens no MSN para chamar o colega da mesa ao lado para ir almoçar, enviamos emails para pessoas que trabalham a poucos metros ao invés de falar ao vivo ou pelo telefone.

Criamos barreiras invisíveis que nos isolam do mundo.

A tecnologia por si só não causa mal, mas o que fazemos dela e como a tratamos podem nos levar a bons e maus caminhos.

O ser humano ainda não evoluiu (ou regrediu) a ponto de se dar bem com esta mudança, por isso a carência aumenta a ponto de milhares querer gritar algo a alguém que nem conhece. Gente que não tem nada a dizer, agora diz ao mundo todo.

Por outro lado, o fato de todos que tiverem acesso à rede (não vou comentar aqui a questão do acesso à tecnologia e o analfabetismo cibernético, isso fica para outro post) poder dizer o que bem entende é um grande avanço na busca da democracia outrora utópica. Outros meios de comunicação são facilmente manipulados, notícias de jornal, rádio, televisão não necessariamente representam o que o povo sente e quer. Aqui é o lugar onde indivíduos, não apenas os famosos ou barões da mídia, tem o direito a se expressar.

A internet não tem dono, é cada um por si, o que também representa algo bom e ruim, pois algo que não tem dono, não tem controle, tanto pessoas de boa intenção quanto as más intencionadas podem usufruir da liberdade que nos é dada.

Como quase tudo na vida, a internet tem dois lados, deleite-se com um e sofra com o outro.

Abraços.

Evandro L! Melo

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