terça-feira, 18 de agosto de 2009

Imagem e semelhança

O que nos diferencia de Deus?

À primeira vista esta pargunta parece estúpida por sua obviedade, mas se pararmos para analisar o texto de Gn 01:26 onde diz que Deus nos criou à sua imagem e semelhança, a pergunta não soa tão óvia assim.

Antes de falar o que nos diferencia de Deus, vamos analisar o que temos em semelhança.

Os seres humanos são capazes de tomar decisões, somos serem inteligentes e capazes portanto de escolher entre o sim ou não, entre certo e errado, entre bom ou ruim, e diversas outras decisões que enfrentamos diariamente.

Temos o poder sobre as outras criaturas. Não um poder místico que nos tranfrma em super heróis ou algo do tipo mas sim de autoridade e domínio.

Também somos capazes de amar e de demonstrar amor. Temos o sentimento do amor embutido em nosso DNA, já nascemos com este sentimento e todos, sem exeção, tem sentimento de amor por algúem ou por alguma coisa.

Podemos nos irar, nos indignar com alguma situação, sim não nos esqueçamos que a ira também é divina.

Estas são algumas poucas semelhanças que me vêem a mente. Mas, e então, quais são as diferenças? O que nos distancia de sermos à imagem de Deus?

Primeiramente o PECADO é o responsável pelo abismo aberto no relacionamento entre Deus e o homem. Por causa do pecado nós esquecemos que somos à imagem e semelhança de Deus e vivemos pensando e agindo como se fossemos nossa própria criação. Não somos!

Através e por causa do pecado, fazemos com que as semelhanças sejam as diferenças. Parece estranho, mas é o que acontece.

Por causa do pecado nos afastamos e perdemos o relacionamento com Deus. Relacionamento este que como contato no Gênesis era como de amigos, Deus andava junto com Adão, se bobear jogaram até futebol juntos e sendo Ele onipresente ainda conversava horas a fio com Eva.

Com a perda do relacionamento, facilmente perdemos Deus de vista e aí entra toda nossa prepotência em acharmos que podemos caminhar sozinhos e que somos donos de nós mesmos, começamos a distorcer os conceitos que antes nos assemelhavam ao Criador. Tomamos decisões não mais baseados na imagem de Deus, mas baseados em nossa humanidade, em nossos conceitos do certo e errado. Começamos a agir para benefício próprio e não necessariamente para o bem comum.

Continuamos tendo o domínio sobre todas as criaturas, sobre a terra, mas o que antes era um presente de Deus para que cuidássemos e tirássemos o melhor proveito das criações, hoje serve de sustento para luxo e consumo desenfreado. Não cuidamos com responsabilidade do presente que nos foi dado e hoje pagamos a consequência.

O sentimento de amar é latente dentro de cada ser humano, seja ele quem for. O ponto é que há diferença no que nós consideramos como amor e o amor Divino, o amor perfeito e puro.
Nosso amor, assim como nós, é limitado e condicionado. Amamos quando queremos, deixamos de amar quando assim desejamos.
Somos limitados no perdoar, sentimos inveja, ciúme, existe maldade, tudo isso demosntra o quanto nosso amor é frágil.

Conheço uma pessoa cujo pai abandonou a abandonou junto da sua mãe e seus irmãos quando iniciava a adolescencia e foi viver com outra mulher, formou outra família. Esta pessoa hoje é muito bem sucedida financeiramente enquanto o pai esta em uma situação crítica, muitas vezes faltando o básico. Ela diz que não sente nada pelo pai, que não o considera como pai e que não quer saber de suas dificuldades.

Não quero julgar a atitude dela, é uma situação delicada, teve a infância e adolescência difíceis. Segundo ela não há perdão.

Mas se questionada se sabe o que é amor, se ela ama, com certeza a repsosta será positiva. Ela dirá que ama sua mãe, seu marido, filho dentre outras coisas. Existe amor dentro dela.

O amor que Deus tem por nós não está condicionado a nada, vai muito além do que imaginamos. Deus nos ama e isto basta. Por isso é capaz de nos perdoar mesmo que cometamos qualquer pecado, por mais absurdo que seja. Deus é capaz de perdoar assassinos de crianças, pedoa àqueles que mataram e surraram Jesus. Deus perdoa porque Ele é AMOR, amor verdadeiro e não o limitado como o nosso.

E por último, enquanto a ira de Deus, Sua indignação sempre é lícita e justa e se transforma em correção, em amor, nós pela nossa pequeneza e mesquinheza, transformamos nossa indignação, que nem sempre é justa, em atos de vingança, de ódio, de violência, rancor.

Julgamos como justo algo que nos agrade que nos atenda, caso contrário nos iramos, mas não para alcançar o bem comum, mas sim alcançar nossa própria satisfação.

Com estas e muitas outras semelhanças consigo enxergar as diferenças e a distância que estamos do Deus Criador.

Para nossa alegria uma das diferenças entre Criador e criaturas é que a misericórdia do Criador se renova a cada dia.

Paz!

Evandro L! Melo

Um comentário:

Gerson Borges disse...

Que coisa boa esa Blog, Evandro, continue, persevere. parabéns sinceros pelo texto e iniciativa !

Seu, sempre,

Gerson