sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Vivendo a fé na prática.

Há algumas semanas atrás, recebemos pedido de oração da família do Pr Marcus que atuam como missionários em Bishkek, pois iriam comemorar o Natal, levando a mensagem de Jesus, com um povo muçulmano de difícil acesso e bastante resistente.

Pois bem, segue abaixo a carta de agradecimento do Pr. Marcus, e contando um pouco como foi essa experiência.

PAZ!

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Bishkek, 27 de Dezembro de 2007

Queridos irmãos e cooperadores,

Saudação calorosa ! (embora estamos com menos 20 graus C hoje)

Este foi um mês cheio de acontecimentos e gostaríamos de compartilhá-los

Um deles foi o livramento que Deus me deu quando estava viajando para a vila. O carro rodou mais de 90 graus no gelo, mas graças a Deus não bati em nenhum carro ou cai no barranco.

O Natal foi comemorado na escola com uma cantata apresentada pelas crianças. Foi muito bom vê-los participando e aprendendo mais sobre o verdadeiro sentido do Natal.

O nosso Natal foi especial, um natal em família, Cantamos parabéns para Jesus, comemos bolo, Andréa contou uma história missionária e cada um de nós fez um agradecimento a Deus.

No dia 25, pela manhã, viajei para Ceriêntica. Louvamos a Deus por suas orações pois tudo saiu melhor do que esperávamos. Estavam presentes 60 pessoas entre, professores, funcionários, estudantes e seus familiares. Passamos o filme Jesus, segundo o evangelho de Lucas, com uma duração de 1 hora e meia. Todos ouviram atentamente a mensagem e no final, o pastor Kuban (ex-muçulmano), deu um testemunho desafiando os presentes a pensarem com respeito a sua vida espiritual, seu destino após a morte e a pessoa de Jesus como o único caminho para Deus.

A realidade de pregar o evangelho no mundo islâmico é bem diferente do que conhecemos no Brasil. Só o fato deles estarem presentes, assistindo aquele filme, já era um “pecado” para eles. Eles passaram suas vidas ouvindo que só Ala é Deus, que ninguém é maior que Maomé e que a Bíblia foi alterada. De repente estão diante de um filme que diz que Jesus é Deus e que é o único caminho para salvação.

O meu desejo natural era de fazer como no Brasil, pedindo para que as pessoas levantassem as mãos e viessem à frente entregando suas vidas para Cristo, porém sei que uma atitude como essa dentro da cultura que estamos inseridos acarretaria conseqüências sérias para o novo convertido.

Reconhecendo que a nossa função é a de levar a mensagem e que é o Espírito Santo que convence do pecado da justiça e do juízo, resolvemos não fazer nenhum convite imediato. Deixei claro que estava a disposição de qualquer um que quisesse aprender mais sobre Jesus e que poderia passar o filme em Kirguiz ou Russo em suas casas. Portanto, achamos que a melhor estratégia para aquela situação era deixar que o “apelo”, que já existe no filme, e o desafio do pastor Kuban, trabalhassem em seus corações. Estamos em oração esperando que o Senhor mande os primeiros frutos para Sua honra e glória.

MOTIVOS DE ORAÇÃO

· Agradecer pela apresentação do Filme Jesus.

· Orar para que o Espírito Santo trabalhe em seus corações e apareçam os primeiros frutos.

· Orar pelo início da igreja em Ceriêntica.

· Orar por nossa saúde e proteção contra as investidas do inimigo.

Que o Senhor, que fez o céu e a terra, seja o seu escudo e proteção.

Pr. Marcus Vinícius, Andréa, Elizabeth e Asaph



terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Bem e mal.

Bem e mal.
Ricardo Gondim

Naran, meu neto, gosta de classificar os personagens de seu mundo infantil em rígidas categorias. Vez por outra, ele me pergunta: “Vovô, o Homem Aranha é do bem ou do mal?”. Claro, procuro antecipar-me às suas expectativas e digo que o seu herói é do bem. Certo dia, vi-me num beco sem saída. Sério como um professor na hora da sabatina, ele me questionou: “Vô, Davi era do bem ou do mal?”. Eu respondi sem titubear: “Do bem”. “E Golias?”. Não hesitei: “Do mal”. Com essas duas respostas para trabalhar em sua cabecinha, ele recontou o que aprendera sobre o célebre embate entre o rei e o gigante, e emendou: “Mas, vô, Davi cortou a cabeça de Golias depois que o derrubou com uma pedra, não foi? Naquela hora ele não virou num homem do mal?”. Só consegui responder: “Eu nunca tinha pensado assim, mas acho que você tem razão”.

Nossa disposição para separar as pessoas em arraiais distintos, além de ingênua, não subsiste aos questionamentos de uma criança. Os seres humanos são infinitamente mais complexos que nossas pobres categorizações. Recentemente, vi o filme sobre a vida da cantora francesa Edith Piaf. Sua história mexeu com as minhas emoções, saí do cinema com o coração comovido. Sua infância, suas constantes perdas, sua adolescência nas sarjetas a tornaram uma mulher tempestiva, que bebia demais e parecia desequilibrada. Mas ela não podia ser rotulada com gradações que vão de boa a perversa.

Os personagens bíblicos são inconstantes em suas virtudes e os vilões não encarnam o mal absoluto. O único personagem bíblico absolutamente mal é Satanás. Todos os demais agem com vileza e bondade; são execrados e aplaudidos. Abraão creu, hesitou, mentiu. Moisés ousou, titubeou, perseverou. Davi amou, assassinou, arrependeu-se. A seqüência de exemplos lota o texto sagrado. Todos os heróis são cavalheiros e nobres, réprobos recomendáveis.

Jesus lidou com a alma humana como um vasto universo. Ele era extremamente cuidadoso e jamais subestimava a subjetividade de cada pessoa. Não deixou que apedrejassem a mulher apanhada em adultério. Considerava injusto que aqueles religiosos não levassem em conta o passado, os traumas, as feridas anteriores de tal muher. Não, ele não permitiria que a história dela fosse jogada na sarjeta só para que a lei fosse mantida. Quando li a biografia do Garrincha, talvez o maior ponta-direita do futebol brasileiro de todos os tempos, não consegui depreciá-lo como um devasso, mas como um desafortunado, um alcoólico carente de misericórdia. Chorei por sua sorte.

Li uma frase no blog do Allyson Amorin (http://alyssonamorim.blogspot.com/) que apreciei bastante: “Por trás de uma grande queda há sempre uma curva acentuada”. Quanta verdade! Devemos olhar não apenas para as quedas, mas considerar também as curvas acentuadas.

A monumental obra de Victor Hugo Os Miseráveis expôs Javert como um homem detestável, porque não conseguia conceber que um condenado pudesse ter alguma nobreza no coração. Uma vez condenado, para sempre perdido. Os maus mereciam, segundo sua percepção, os rigores da lei.

Jean Valjean, criminoso execrado por um homicídio, foi tenazmente perseguido por Javert, que só se preocupava em mostrar sua coerência com a lei. Durante toda a narrativa, Victor Hugo revela outro lado: o fugitivo era correto, bondoso, nobre, enquanto o legalista, um detestável vingativo. O caráter impoluto do policial camuflava um homem inclemente. A lei e o aparato policial escondiam a pequenez de Javert.

Preocupo-me com os religiosos que identificam facilmente quem vai para o inferno. Regras, conceitos teológicos e catecismos não conseguiriam por si só peneirar os bons dos ruins. Joio e trigo se parecem e é necessário esperar pelo fim dos tempos.

Só Deus conhece os porões de cada vida. Só ele sabe as guinadas que a existência de cada um sofreu, e só ele tem critérios suficientes para lidar com as histórias humanas. E a melhor notícia é que Deus não nos trata segundo uma lei fria. Ele é um pai tão compassivo e bom que no Salmo 103 considera nossa fragilidade como pó e, por isso, afasta de nós as nossas transgressões.

Quando penso em certo e errado, ordem e desordem, ligado e desligado, me esqueço da graça e dessa infinita capacidade divina de nos entender sem explicação. Sem a graça, resta o pavor da lei, que não considera as inadequações humanas, com agravantes e atenuantes. Sim, o justo juiz é um pai que me pôs em seu regaço, sem precisar esclarecer o porquê do seu amor.

Todos nós já nos comportamos como Davi. Em algumas circunstâncias o rei “virou do mal”, mas encontrou a infinita disposição de Deus para tratar-lhe com misericórdia. Essa disposição é a causa pela qual nós também não fomos destruídos.

Soli Deo Gloria.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Mas eu sei em quem tenho crido.

VERSÍCULO:
Por essa causa também sofro, mas não me envergonho, porque sei
em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para
guardar o que lhe confiei até aquele dia. (II Timóteo 1:12)

PENSAMENTO:
Como Paulo enfrentou circunstâncias muito difíceis perto do fim
da sua vida. Muitos que ele tinha levado ao Senhor o abandonaram.
Mas ele estava confiante que o Senhor não o abandonaria! Ele tinha
comprometido sua vida ao Jesus como Senhor. Esse Senhor asseguraria
que o investimento que Paulo fez não seria em vão. Sua vida, seu
futuro e seu destino eterno estavam confiados ao Senhor. Ele
acreditava com todo seu ser que num dia especial conhecido só por
Deus, Jesus voltará e todo joelho dobrará e a fé de Paulo no Senhor
será validada.

ORAÇÃO:
Todo Poderoso Deus, eu creio, mas, por favor, fortaleça minha fé
e minha confiança para que possa ter perseverança, não importa o
que acontecer, e fortaleça também minha esperança para que possa
permanecer vibrante. Confio ao Senhor tudo que sou e tudo que
espero ser, acreditando totalmente que o Senhor me sustentará ao
atravessar o que tiver no meu futuro, e me levar à sua presença
gloriosa com grande alegria. No glorioso nome de Jesus eu oro.
Amém.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Só porque vale a pena.

Desde que iniciamos as atividades do Grupo Eclesia, eu muitas vezes me peguei (e ainda me pego), me questionando sobre o resultado dessas nossas ações.

"- Será que trará bons frutos? - Estamos fazendo tão pouco. - Tem milhares de pessoas carentes pelo mundo, e nós só conseguimos ajudar algumas poucas. - De que adianta?!..."

Essas são as duvidas que me seguem o tempo todo.

E sempre em seguida me vem o consolo do Espírito Santo, e a certeza de que quem faz a obra é Deus e que sim isso trará bons resultados, muito maiores e melhores do que aquilo que imaginamos ou sonhamos.

Abaixo, segue o testemunho do Pr. Gondim, do resultado do trabalho que ele junto a sua igreja iniciou e que agora colhe os bons frutos.

Sim, vale a pena servir a Deus, Ele nunca falha.

PAZ!

Evandro

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Só porque vale a pena.

Ricardo Gondim.

Há vários anos, com muita dificuldade, começamos um pequeno projeto de desenvolvimento comunitário em Boqueirão do Cesário, no Ceará. A dificuldade vinha de nossos poucos recursos (a Betesda ainda dava os primeiros passos) e da localização geográfica do lugar; Boqueirão do Cesário fica no entroncamento de duas rodovias federais, mas não passa de um distrito – sem status de município – pobre e sujo.

Quando a Betesda chegou, não havia nenhuma igreja – nem católica – nenhum posto de saúde, e a água tinha um teor salino tão alto que nem o gado bebia em época de seca.

Fomos obrigados a semear aquela plantinha com as nossas lágrimas. Começamos uma escola, um posto de saúde, uma igreja e um programa de desenvolvimento comunitário.

No dia 30 de novembro de 2007, o Jornal “O Povo” de Fortaleza estampou uma notícia surpreendente: uma menina pobre, Daniela Guedes Silva, foi premiada na Olimpíada Nacional de Astronomia e Astronáutica, concorrendo com 350.000 candidatos de todo o Brasil.

E o que a Betesda tem a ver com isso?

É que essa menina...

1 - É cearense
2 - Do interior,
3 - De Boqueirão do Cesário,
4 - Do Centro Social Betesda.

A vitória da Daniela agora faz parte da história de todos os que sonharam e se deram por aquele projeto.

Sinto-me orgulhoso de que a minha igreja fez, e faz, toda a diferença na vida de gente como a Daniela, que vive em comunidades carentes.

Até hoje a escola do Centro Social Betesda é a única da cidade.

A Daniela aprendeu muito mais do que escrever; ela aprendeu a amar o conhecimento.

"A verdadeira religião é visitar os órfãos e viúvas em suas necessidades"

O link da notícia: http://www.opovo.com.br/opovo/ceara/748766.html

Soli Deo Gloria.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Essa Não É a Sua Vida. (não mesmo?!)

Esta é uma bela música de uma banda secular, chamada Papas da Língua que fala sobre a maneira como o ser humano vive.
No mundo secular, cidadãos comuns, esta música já faz efeito, já mexe com os orgulhos, egos, etc.

Para nós Cristãos então, esta música é um "chacoalhão". Devemos sentir vergonha por alguém não crente vir nos alertar desta maneira.

Como estamos usando a vida que Deus nos deu? Estamos apenas cuidando do que é nosso?

Estamos sempre sem tempo, correndo com os estudos, trabalho, vida social, sempre pensando em nós mesmos, e apenas em nós.
Tratamos as outras pessoas como "números, números, números".

E nossa missão de mudar o mundo? De evangelizar o mundo? De levarmos a palavra de Jesus até os confins da Terra?

Estamos mesmo vivendo, ou apenas existindo?

Vamos pensar nisso, e agir, pois certamente seremos cobrados!

PAZ!



Essa Não É a Sua Vida

Papas da Língua

Composição: Leo Henkin

Roubar
Subtrair uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer
De alguém
Matar
Subitamente apagar dessa vida
Um pedaço que é nada mais
Que uma parte qualquer
Da metade do que não é nada
A não ser um pedaço qualquer
De alguém
Viver
Repetir todo o dia a tarefa
De ser um a mais
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada a não ser
Alguém
Morrer
Simplesmente sair dessa vida
E deixar para sempre de ser
Um a mais e de ser
Uma parte qualquer da metade
Do que não é nada
A não ser
Alguém
Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história
Sentir
Sente-se que a metade
De vinte por cento
Dos vinte milhões de mulheres
No mundo
Não sentem nenhum prazer
Saber
Sabe-se que o total de pessoas
Que sabem o que é o amor
É igual a metade
Dos que já não sabem
O que é amar
Falar
Fala-se que só metade
Dos homens que sabem falar
Realmente não falam aquilo
Que sentem e falam e falam
Pensar
Pensa-se que uma parte
Daqueles que pensam
É só a metade dos vinte por cento
Que pensam naquilo
Que é bom para si
Números, números, números
O que é, o que são
O que dizem sobre você
Essa não é a sua vida
Essa não é a sua história


segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O amor de Deus EXCEDE TODO ENTENDIMENTO


"Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém. (Efésios 3)

Se eu tiver que escolher uma coisa linda que eu encontro em Deus, é Vê-lo agindo de maneira tão intensa, mesmo nós sendo tão limitados, com a fé menor que um grão de mostarda. Ainda assim podemos presenciar o poder do nosso Deus.

O amor de Deus EXCEDE TODO ENTENDIMENTO.

Excede, quando mesmo eu sendo tão pecador, sendo tão fraco na fé, sendo tão limitado, e muitas vezes limitando o poder de Deus, Ele mesmo assim me abençoa de uma maneira inexplicável. Ele me cobre de carinho, me faz Vê-lo e então perceber que Ele é sim muito maior do que eu imagino e que sim, Ele está do meu lado.

“Àquele que é poderoso para fazer muito mais do que pedimos”… Deus é tão grande, tão maravilhoso, tão lindo, que não se limita às nossas limitações, à pobreza de nossas orações, à falta de fé que existe em nossos corações.

Este sábado, 3 de Novembro, foi prova disto. Nos preparamos para este dia há muito tempo, corremos atrás de tudo, uma correria abençoada, e sempre orando a Deus.

Eu pedia a Ele que nos ajudasse com um pouquinho, que desse pra comprar alguns brinquedos singelos, um bom almoço, termos um dia bom, eu já me contentava com isso.

Todos os que nos acompanha nesse trabalho, sabe o quão difícil foi das outras vezes para conseguirmos doações, então o que viesse para mim estava bom.

Todos também sabem o quão difícil é segurar a atenção das crianças por um tempinho, para contarmos histórias sobre o amor de Cristo, para cantarmos, etc.

A previsão do tempo para o sábado era de chuva o dia todo, eu já tinha aceitado isso, e só pedia que Deus nos ajudasse apesar da chuva.

Bom, conseguimos tanta doação que compramos 67 BONS brinquedos, de qualidade, que as crianças adoraram.

Conseguimos tanta doação de alimento, que servimos a eles um almoço diferenciado, gostoso, o qual as crianças repetiram várias vezes e disseram estar “delicioso”; conseguimos tanta sobremesa que sobrou para o outro dia.

1 latinha de refrigerante para cada criança. Para nós isso nem tem tanto valor, mas para eles foi algo único, elas ficaram muito alegres.

Conseguimos prender a atenção deles por um tempo suficiente para louvarmos a Deus, para contar história com a participação deles, foi lindo.

E não é que fez tempo bom o dia todo?! Só começou a chover na hora em que estávamos indo embora.

Deus é mesmo maravilhoso, ainda bem que Ele não se limita às minhas limitações e faz infinitamente mais.

A minha oração hoje é:

“Pai, perdoa-me pela minha falta de fé. Pela minha limitação. Por não Te conhecer tão bem.
Mas obrigado, PAI, por ainda assim o Senhor se mostrar de maneira tão intensa em minha vida. Por ainda assim o Senhor demonstrar tanto amor por mim.
Que a minha vida, seja uma amostra do Teu poder.

Pai, te amo. OBRIGADO! “

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Adoração na igreja evangélica contemporânea

Um fato que me traz boas lembranças, é quando eu morava no Paraná e frequentava a Ig. Batista local, havia um senhorzinho, muito simpático, que vez ou outra pedia ao Pastor um tempo no culto para louvar a Deus. O Pastor Joel, sabiamente sempre permitia. E lá ia o tiozinho com o Cantor Cristão em mãos, sem nenhum acompanhamento musical nem nada, só sua voz, e confesso não era das melhores. Para o ouvido da maioria, ele era desafinado, não cantava bem. Mas era de uma pureza, uma sinceridade, de uma adoração profunda, que tenho certeza, Deus se alegrava muito em vê-lo ali louvando. Eu ao contrário da maioria dos presentes que se olhavam e riam, sentia ali um momento santo, eu percebia ADORAÇÃO ali presente.
Fico muito frustrado quando vejo nas igrejas, na maioria das igrejas, uma busca pelo "perfeito", pela técnica, ensaios e mais ensaios para deixar tudo tinindo, mas que esquecem do principal, a adoração.
Não que eu não ache que Deus mereça o nosso melhor, Ele merece, mas Ele se alegra infinitamente mais quando é um louvor verdadeiro, seja qual for o talento.

O texto abaixo, é um pouco longo mas vale a pena ler, fala sobre isso, sobre o quanto estamos perdendo em LOUVOR, enquanto corremos atrás de agitar o povo, de aperfeiçoamento técnico, de músicas da moda, etc.
Fiquem na PAZ!
Evandro

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Há dois tipos de música: a boa e a ruim, seja ela
erudita, mpb, sertaneja, reggae, rap, rock ou gospel. O
que me surpreende é a capacidade do mercado absorver
música ruim. Com a proliferação de compositores,
interpretes, bandas e gravadoras o cenário evangélico não
poderia ser diferente. Tem música boa, mas também tem
muita música ruim.
Passamos séculos louvando a Deus com hinos históricos da
Reforma, bastava um hinário, e tínhamos uma música com
letras densas, boa teologia e linha melódica harmoniosa.
Nos últimos anos surgiu o que chamamos de louvorzão,
jogamos fora os hinários, a liturgia, aposentamos o piano
e o coral e introduzimos a guitarra, a bateria, o
data-show, as coreografias e a aeróbica. Surgiu também a
figura do dirigente do louvor, responsável para animar a
congregação. Daí para frente têm muito barulho, muitas
palmas, muitas mãos levantadas, muitos abraços, muitas
caretas e cenho franzido. Mas a pergunta que fica é:
temos adoração?
O lado positivo do louvorzão é o interesse e a integração
na igreja de milhares de jovens que, atraídos pelas
bandas e pela euforia dos cultos, enchem os templos.
Trata-se de uma oportunidade única para ensinar estes
jovens, através do exemplo e da Palavra o caminho do
discipulado de Cristo. Mas fica a pergunta: estarão estes
jovens crescendo na santidade e no serviço?
Alguns cultos se tornaram verdadeiras produções dignas da
Broadway. Músicos profissionais, cenários, bailarinos,
iluminação chegam a rivalizar com os shows de artistas
conhecidos. A idéia é que uma produção caprichada com
interpretes competentes gera uma verdadeira adoração.
Novamente fica uma pergunta, toda esta parafernália
cênica tem levado o povo de Deus a uma genuína adoração?
A história da Igreja é rica em manifestações artísticas.
Ao longo do tempo o louvor foi expresso através de várias
expressões musicais. O canto gregoriano, o barroco, os
hinos da Reforma, o negro spiritual e os cânticos
contemporâneos deixaram sua contribuição à boa música ao
longo destes últimos séculos.
Trata-se, portanto, de um equivoco jogar fora toda a
herança histórica e achar que esta geração descobriu a
forma certa de louvar. Se olharmos do ponto de vista
musical veremos que a história nos legou uma herança
preciosa. Na cultura gospel do louvorzão tem muita música
ruim, muita letra questionável, e muito dirigente de
louvor que mais parece um animador de auditório.
A igreja pode ser a ponte entre as gerações, entre o
antigo e o novo e integrar na adoração tudo que há de bom
na sua herança histórica. Tem muita gente já cansada do
louvorzão barulhento de letras rasas, de bandas que tocam
no último volume, das coreografias esvoaçantes e das
ordens do dirigente para abraçar o irmão da frente, de
trás e do lado dizendo que o amamos. É constrangedor
abraçar alguém e dizer que o amamos quando sequer o
conhecemos.
A igreja perde quando o dirigente do louvor, o data-show,
a coreografia e os solos de guitarra se tornaram mais
importantes do que o cântico congregacional. Ou seja,
quando a ênfase do louvor se desloca da congregação para
o palco. Com raras exceções a música é ruim, a letra não
tem nada a ver com a realidade do cotidiano ou a teologia
reformada e a performance no palco é apelativa.
A igreja perde quando se torna parecida com um programa
de auditório e não cultiva mais a boa música com cordas,
sopros, bons arranjos, corais, quartetos. Mas a igreja
perde muito mais ainda quando a adoração se torna um
evento estimulado sensorialmente e não uma melodia que
emerge de um coração quebrantado e temente a Deus.
Adoração é sempre uma resposta humilde, alegre, reverente
àquilo que Deus é e faz. Adoramos porque algo aconteceu,
algo nos foi revelado, e não o contrário como pensam
alguns: que é porque adoramos que recebemos a revelação e
as coisas acontecem.
A igreja perde quando não há reverência ou temor, o que
resta é euforia, excitação e sensações prazerosas. O que
é bom em si mesmo, mas não é necessariamente adoração.
É um equivoco pensar que Deus se impressiona com nossos
cultos de domingo. Ao contrário, Ele acolhe muito mais
nossos gestos simples do quotidiano, frutos de um coração
humilde e quebrantado, que busca se desprender de
ambições e serve ao próximo com alegria. Adoração não é
um evento domingueiro bem produzido, mas um estilo de
vida que glorifica ao Senhor.
Durante séculos a arquitetura das igrejas e das catedrais
destinou o balcão posterior para o coro, o órgão e a
orquestra. Na igreja da Reforma os músicos e o coro se
posicionavam na parte da frente da nave, mas sempre ao
lado. Mesmo o púlpito não estava no centro, mas ao lado.
No centro havia, quando muito, alguns símbolos da fé que
ajudam a despertar a consciência para a experiência do
sagrado, com destaque para a mesa do Senhor. Era a
congregação face ao altar de Deus, nada se interpondo
entre a Santa Presença e a congregação. Este lugar só
pode ser ocupado por Jesus Cristo, ele é o único
mediador, ele é o único que pode dirigir o louvor.
Hoje o que se vê é o apóstolo, o bispo, o pastor, o
dirigente de louvor e a banda ocupando este lugar, nos
levando de volta à Antiga Aliança quando sacerdotes e
levitas eram mediadores entre Deus e os homens. A
conseqüência é uma geração de crentes que dependem de
homens, coreografias e data-shows para adorar e para
ouvir a voz de Deus.
O verdadeiro pastoreio consiste em ajudar homens e
mulheres a dependerem do Espírito Santo para seguirem a
Cristo que os leva ao seio do Pai. Ajudar homens e
mulheres a crescerem e amadurecerem na fé, na esperança e
no amor, integrando adoração, oração e leitura das
Escrituras no seu quotidiano.
A contextualização se tornou uma armadilha na qual a
igreja caiu, na sua tentativa de se identificar com o
mundo ela ficou cada vez mais parecida com mundo. A
cultura gospel é auto centrada, materialista, se acha
dona da verdade, tornou-se uma religião que nos faz
prosperar, que não nos pede para renunciar a nada e que
resolve todos nossos problemas. Há um abismo colossal
entre a cultura gospel e o Evangelho de Jesus Cristo, que
nos chama a amar sacrificialmente o nosso próximo, a
cultivar um estilo de vida simples, a integrar o
sofrimento na experiência existencial e a ter a humildade
de ser um eterno aprendiz.
Estas reflexões já estavam fervilhando no meu coração há
algum tempo. Pensei que estas coisas só aconteciam em
certas igrejas, mas o que me motivou mesmo a colocá-las
no papel, foi ter participado de um culto numa igreja
Batista da Convenção.
Osmar Ludovico da Silva